Documentos Oficiais

Documentos oficiais são fontes históricas produzidas pelo próprio Governo. Nesse link, você terá acesso a documentos que abordam a construção e a história de Ceilândia-DF.

Biblioteca Digital

Caso você queira se aprofundar sobre a história de Ceilândia-DF, este link é ideal para você, pois contém mais de 15 publicações. Vá à biblioteca sem precisar sair de casa.

Filmes e Documentários

Desde quando o cinema foi inventado em 1895, ele possui uma relação próxima com a História. Prepare as pipocas, pois 5 filmes sobre Ceilândia estão disponíveis para você.

Acervo da CMVC: parte 1

A Casa da Memória Viva da Ceilândia (CMVC) é uma referência na história candanga do DF. Parte do seu acervo sobre a história da cidade está disponível nesse link.

Acervo da CMVC: parte 2

Além da história de Ceilândia, a Casa da Memória Viva da Ceilândia (CMVC) aborda a influência nordestina na cidade e o papel dos candangos em Ceilândia-DF.

Entrevistas

Você terá acesso à 34 entrevistas inéditas, além de fotos e documentos que ajudam a contar como as histórias dos entrevistados se relacionam com a história da cidade.

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Se você tem fotos, documentos entre outras coisas que ajudem a explicar a história de Ceilândia ou se tem interesse em nos dar uma entrevista, entre em contato pelo telefone (61) 99220-3769 ou email contato@museuvirtualdeceilandia.com.br

Histórias de Ceilândia: Linha do Tempo

Marcos históricos são acontecimentos considerados importantes para a história de algum povo ou lugar. Porém, o que é importante para alguns nem sempre será importante para os outros, portanto, esses marcos expressam as opiniões e as intenções dos seus criadores. Os marcos históricos abaixo buscam mostrar a história de Ceilândia a partir dos próprios ceilandenses, as injustiças cometidas aos seus moradores e, principalmente, a capacidade deles em se posicionarem como sujeitos históricos no combate a essas mesmas injustiças, principalmente as relacionadas ao direito à moradia. Os marcos históricos a seguir também privilegiam a educação e a cultura de Ceilândia.

pedra fundamental imgAntes de Brasília: Ao contrário do que muitos dizem, Brasília não foi construída no meio do nada. Essa região já era habitada por grupos de caçadores pré-históricos há mais de 11 mil anos. Posteriormente, viveram nela: povos indígenas do grupo Jê e pessoas que fugindo da escravidão se instalaram no Quilombo Mesquita (séc. XVIII), além também de já terem existido várias fazendas na região, como a Fazenda Guariroba, onde futuramente seria construída a cidade de Ceilândia.
Ferramentas pré-históricas encontradas no DF. Fonte: Julyerme Darverson.
1956 A construcao de BrasiliaA construção de Brasília: Durante a construção da nova capital, vários trabalhadores vieram para essa região com a perspectiva de conseguirem emprego e uma melhor condição de vida. Esses trabalhadores ficaram conhecidos como “candangos”. O curto prazo para entregarem as obras fazia com que a jornada de trabalho fosse intensa e longa nas construções, o que favorecia os acidentes de trabalho. Segundo os próprios trabalhadores, os alojamentos eram precários e a comida, muitas vezes, de má qualidade o que gerava conflitos nos acampamentos, o mais violento de todos ficou conhecido como o Massacre da Pacheco Fernandes ou o Massacre da GEB. Boa parte desses trabalhadores passou a morar na Cidade Livre (atual Núcleo Bandeirante).
Trabalhadores na construção de Brasília. Abaixo lápide simbólica. Fonte: Conexão Jornalismo.
1956 A Cidade LivreA Cidade Livre: A Cidade Livre (atual Núcleo Bandeirante) foi fundada durante a construção de Brasília para abrigar os trabalhadores que participaram desse processo. Para atrair os comerciantes, essa cidade era livre de impostos, daí a origem do seu nome. A Cidade Livre era um núcleo urbano provisório que seria extinto após a inauguração de Brasília, porém os seus moradores se organizaram e passaram a reivindicar que a cidade não fosse extinta. Após muita luta, a cidade se tornou permanente e continuou se expandindo, formando as chamadas “invasões” do IAPI, Vila Tenório, Morro do Urubu e outras áreas.
Vila do IAPI, 1969. Fonte: Arquivo Público do Distrito Federal.
1970 A Campanha de Erradicacao de InvasoesA Campanha de Erradicação de Invasões: O fato das “invasões” do IAPI e adjacências serem próximas ao Aeroporto de Brasília e ao Plano Piloto incomodava as autoridades, pois ficava mais difícil esconder os problemas sociais da nova capital que pretendia ser modelo de progresso e modernidade. Portanto, criaram a Campanha de Erradicação de Invasões (CEI) que tinha como objetivo acabar com as invasões do Núcleo Bandeirante (antiga Cidade Livre) removendo as famílias dessas localidades para bem distante do Plano Piloto, ao norte de Taguatinga. Da junção da siga CEI mais o sufixo em inglês land (terra) surgiu o nome Ceilândia. Essas remoções se deram no auge da Ditadura Militar (1964-1985), num contexto de pouca liberdade e diálogo.
Governador Hélio Prates em visita a Vila do IAPI, 1970. Fonte: Arquivo Público do Distrito Federal.
1971 A fundacao de CeilandiaA fundação de Ceilândia: As famílias das “invasões” do Núcleo Bandeirante foram removidas para Ceilândia através das ameaças de serem expulsas de suas casas e de terem os seus barracos destruídos. Mas também, através das promessas que nas novas casas teriam as suas moradias regularizadas, saneamento básico, rede elétrica e outras melhorias, promessas que não foram cumpridas tão cedo. Ou seja, os problemas sociais continuaram, mas agora estavam bem distantes das vistas das autoridades. Além da ausência de serviços básicos como água encanada, essas famílias estavam mais afastadas dos principais postos de trabalho do Plano Piloto. A data oficial da fundação de Ceilândia é: 27/03/1971..
Fila para o abastecimento de água. Fonte: Arquivo Público Comunitário de Ceilândia.
1979 Os Incansaveis Moradores de CeilandiaOs Incansáveis Moradores de Ceilândia: Uma das promessas feitas aos moradores de Ceilândia era que os seus lotes seriam comprados a preços acessíveis e compatíveis com as suas rendas. Porém, alguns anos depois a Terracap tentou cobrar valores de mercado pelos lotes. Indignados, um grupo de moradores intitulados de Incansáveis Moradores de Ceilândia se organizaram e buscaram através da imprensa e do Poder Judiciário o cumprimento da promessa. Nesse período, a Ditadura Militar (1964-1985) já dava sinais de enfraquecimento, o que possibilitou essa resistência. A Terracap se viu obrigada a cumprir a sua promessa após perder judicialmente essa disputa.
Informativo n°1 da Comissão dos Incansáveis Moradores de Ceilândia, 1979. Fonte: Arquivo Público do DF.
1983 O Movimento dos Inquilinos de CeilandiaO Movimento dos Inquilinos de Ceilândia: Houve um grande crescimento demográfico na cidade e muitos dos seus habitantes passaram a morar de aluguel. Além do aluguel consumir boa parte de suas rendas, muitas vezes tais moradias eram desconfortáveis, vivendo várias famílias em um único lote. Descontentes, esses inquilinos criaram a Associação dos Inquilino da Ceilândia e passaram a pressionar o Governo do Distrito Federal para que novos loteamentos fossem criados. Tal iniciativa obtive êxito, pois a Expansão do Setor O foi criada para atender tais reinvindicações.
Vista aérea da Expansão do Setor O atualmente. Fonte: Google Earth, arquivo pessoal.
1986 A Casa do CantadorA Casa do Cantador: Além da moradia, o acesso à cultura também é um importante direito. Com a criação da Casa do Cantador, Ceilândia passou a ter mais um local de referência para expressar a sua cultura e arte. A Casa do Cantador surgiu para ser um espaço de manifestação da cultura nordestina com apresentações de repentistas e uma cordelteca, porém, atualmente ela abriga diversos eventos, muitos deles ligados ao movimento Hip Hop.
35º aniversário da Casa do Cantador, 2021. Fonte: arquivo pessoal.
1989 A 9 Regiao Administrativa do DFA 9ª Região Administrativa do DF: Ceilândia fazia parte de Taguatinga quando foi fundada em 1971, porém em 1989 se tornou a 9ª Região Administrativa do Distrito Federal. Apesar do Distrito Federal não ser dividido em munícipios, essa separação pode significar uma maior autonomia para Ceilândia que passou a contar com uma Administração Regional própria. Em 2019, houve uma nova alteração, e os Condomínios Sol Nascente e Pôr do Sol se tornaram a 32ª Região Administrativa do Distrito Federal.
Mapa das Regiões Administrativas do DF em 1989. Fonte: Diário Oficial do Distrito Federal.
1993 A Casa da Memoria Viva de CeilandiaA Casa da Memória Viva da Ceilândia: Se as primeiras lutas dos ceilandenses foram por moradia, a Casa da Memória Viva da Ceilândia (CMVC) representou uma outra batalha, a disputa pela história e pela memória. Muitos museus de Brasília valorizam apenas as pessoas consideradas ilustres na história do Distrito Federal, principalmente o ex-presidente JK. Incomodado com essa perspectiva elitista, Professor Manoel Jevan criou em sua própria casa um espaço destinado a valorizar as histórias e as memórias dos candangos de Ceilândia. Atualmente, a CMVC se localiza na QNP 10, conj. M, casa 20, no setor P-Sul.
Professor Jevan na antiga sede da CMVC. Fonte: arquivo pessoal.
1993 Biblioteca Publica De Ceilandia fachadaA Biblioteca Pública de Ceilândia Carlos Drummond de Andrade: No dia 02 de dezembro de 1993, era inaugurado esse importante espaço de estudo e leitura, mas que também promove eventos que buscam informar a população e valorizar a cultura e a história local. A Biblioteca Pública de Ceilândia, conhecida também como Biblioteca Carlos Drummond de Andrade, conta com mais de 70 mil exemplares e recebe por dia 500 visitantes em média.
Fachada da Biblioteca Pública de Ceilândia.
2008 A chegada do MetroA chegada do Metrô: A ampliação da linha do metrô até Ceilândia significou uma nova possibilidade para os ceilandenses se deslocarem, facilitando o seu acesso a postos de trabalho, escolas e lazer localizados fora da cidade. Além de Ceilândia, essa linha passa por Taguatinga, Águas Claras, Guará e termina na Rodoviária do Plano Piloto. Ao todo, 144 mil passageiros usam o metrô diariamente no DF.
Linhas do metrô no Distrito Federal. Fonte: Companhia do Metropolitano do DF.
2008 A Faculdade de CeilandiaA Faculdade de Ceilândia: A Universidade de Brasília (UnB) foi fundada em 1962, mas Ceilândia passou a contar com um campus próprio só depois de 46 anos, a Faculdade de Ceilândia (FCE). A fundação da FCE representou a tentativa de diminuir as desigualdades existentes entre as Regiões Administrativas do DF. Porém, as políticas para o ingresso e a permanência dos moradores da região nessa Faculdade precisam ser mantidas e ampliadas para que a Faculdade de Ceilândia seja, de fato, a faculdade dos ceilandenses.
Jardim da Faculdade de Ceilândia. Fonte: Prefeitura da UnB.

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